Viajar a trabalho pelo interior da Amazônia exige jogo de cintura — e uma dose generosa de paciência. No meu caso, o retorno para Belo Horizonte, depois de duas semanas de trabalho em uma mineradora no interior do Amazonas, envolve três voos, sendo que um deles tem uma espera de mais de 7 horas no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus.
Diante disso, a empresa onde trabalho oferece duas alternativas para esse “limbo” de aeroporto: um hotel de translado ou o acesso à sala VIP, com reembolso mediante nota fiscal. Optamos pela sala VIP — e posso dizer que foi uma decisão acertada.
Harmony Lounge: a sala VIP de Manaus
A única sala VIP do aeroporto é a Harmony Lounge, localizada no Terminal 1, após a área de segurança, à esquerda do embarque doméstico. Funciona 24 horas por dia e estava bem vazia no momento em que entramos, às 18h30.

O ambiente é espaçoso, climatizado e aconchegante, com sofás confortáveis, iluminação suave, banheiros limpos e Wi-Fi rápido. Ideal para quem precisa descansar, trabalhar ou simplesmente fugir do clima frenético do saguão.



Formas de acesso
A Harmony Lounge pode ser acessada das seguintes formas:
- Cartões de crédito com benefícios LoungeKey ou Priority Pass (Mastercard Black, Visa Infinite, etc.). Atenção: esses acessos podem ter limite mensal — e como no meu caso, prefiro guardar os meus para viagens internacionais.
- Pagamento direto: o valor atual é de R$ 180 por pessoa para 3 horas. Foi assim que eu e um colega entramos.
- A sala emite nota fiscal, o que facilita o reembolso corporativo.
- Se você precisar ficar mais do que o limite de 3 horas, oficialmente é preciso pagar hora extra — mas, digamos que tentamos “esquecer do tempo” e esticar um pouco mais…
O que a sala oferece
A estrutura é simples, mas eficiente. Tem:
- Buffet com pratos quentes e frios — comi caldo verde, ovos mexidos, bolo de chocolate e algumas sobremesas.
- Cafés, sucos, água e refrigerantes à vontade.
- E claro, o Guaraná Baré, meu destaque pessoal da experiência.
Guaraná Baré: o sabor de Manaus
Entre as opções de bebidas, destaque para o Guaraná Baré, produzido em Manaus desde 1971. É uma espécie de patrimônio afetivo para os amazonenses — e diferente do guaraná tradicional que a maioria conhece, ele tem um sabor mais natural e menos adocicado, com um toque leve e refrescante.

Se você nunca experimentou, vale a pena. Ele representa bem o sabor da região e é uma ótima forma de “sentir Manaus” mesmo dentro do aeroporto.
Vale a pena?
Se você está em uma viagem corporativa, com longas conexões ou espera forçada em Manaus, a sala VIP é uma ótima alternativa ao hotel, especialmente se a empresa cobre os custos. Você ganha em conforto, alimentação e praticidade. E se estiver viajando por conta própria, também pode ser um investimento que transforma horas entediantes de espera em um momento de descanso real.
Dica final
Se tiver acesso limitado pelos seus cartões, avalie bem quando usar — às vezes, pagar direto compensa mais, especialmente se puder ser reembolsado. E quem sabe, com um pouco de jeitinho, até dá para “esquecer do tempo” e aproveitar mais que as 3 horas oficiais!