Florença… uma cidade que parece ter saído de um quadro renascentista. Chegamos no dia 22 de dezembro de 2024 e partimos no dia 25, rumo a Veneza. Foram três dias intensos, marcados por arte, história, cultura e paisagens inesquecíveis. Apesar do tempo curto, conseguimos explorar a essência da cidade em um período especialmente encantador: o Natal.
Nos hospedamos no Hotel Della Nazione, ao lado da estação de trem Santa Maria Novella. A localização foi extremamente conveniente e facilitou nossos deslocamentos, principalmente com bagagem. Além disso, o hotel oferecia um café da manhã generoso, com variedade de pães, frutas, queijos e bebidas quentes — uma forma prática e saborosa de começar o dia em ritmo de passeio.



22 de dezembro – Centro histórico e primeiras impressões
Após deixarmos as malas no hotel, saímos para explorar o centro histórico de Florença. A cidade logo mostrou seu charme com ruas estreitas de pedra, prédios seculares e uma atmosfera vibrante. Começamos pela Piazza San Giovanni, onde se encontram três das construções mais emblemáticas da cidade:
- Catedral de Santa Maria del Fiore (Duomo) – com sua cúpula imponente projetada por Brunelleschi, que domina o horizonte florentino. Por mais que tenhamos visto fotos antes da viagem, nada se compara à grandiosidade do que se vê pessoalmente.
- Batistério de San Giovanni – localizado em frente à catedral, famoso por suas portas de bronze decoradas com cenas bíblicas. É uma das construções mais antigas da cidade, datada do século XI.
- Campanário de Giotto – a torre sineira da catedral, decorada com mármores coloridos e cheia de detalhes. Embora seja possível subir os 414 degraus até o topo, optamos por não fazê-lo, priorizando energia para explorar outros cantos da cidade.






Seguimos até a Piazza Santa Maria Novella, que tem uma atmosfera mais tranquila. A praça é bem cuidada e rodeada de construções elegantes. Ali visitamos a Igreja de Santa Maria Novella, uma das mais belas de Florença. Sua fachada em mármore branco e verde é um exemplo marcante da arquitetura renascentista. Por dentro, é possível apreciar afrescos de Ghirlandaio, além de obras de Lippi e Giotto.


Durante nossas andanças, encontramos uma tradição curiosa e encantadora: as buchette del vino. São pequenas portinhas nas paredes das casas, por onde se vendia vinho diretamente ao público desde o século XVI. Elas foram utilizadas especialmente durante a peste como uma forma segura de comércio. Algumas dessas janelas voltaram a funcionar, e tivemos o prazer de nos tornarmos usuários dessa tradição — compramos vinho diretamente de uma portinha. Um gesto simples que nos conectou com a história local de uma forma especial.


E não podemos deixar de mencionar o clima natalino que envolvia a cidade. A iluminação de Natal espalhada por toda Florença acrescentava ainda mais charme ao cenário já encantador. Ruas iluminadas, vitrines decoradas e projeções coloridas nas fachadas criavam um ambiente acolhedor e inesquecível. À noite, caminhar por Florença parecia um passeio dentro de uma pintura viva.



23 de dezembro – Monumentos, tradições e passeio a Pisa
O segundo dia começou com uma visita ao Palazzo Vecchio, localizado na Piazza della Signoria. O palácio é uma construção medieval com aparência de fortaleza, que já foi sede do governo da cidade. Seu interior guarda salões grandiosos, obras de arte e um clima de grandeza histórica. Caminhar por seus corredores é como voltar no tempo, sentindo o peso das decisões políticas que moldaram o Renascimento.





Em seguida, fomos até a Ponte Vecchio, que cruza o rio Arno. A ponte é uma das mais antigas da Europa e abriga pequenas lojas, especialmente joalherias. A vista do rio e das construções coloridas ao redor tornam o local especialmente fotogênico. Mesmo com o grande número de turistas, é impossível não se impressionar com a beleza e a originalidade da ponte.





Depois disso, visitamos a Fontana del Porcellino, uma escultura de bronze em forma de javali, localizada no Mercato Nuovo. Segundo a tradição, esfregar o focinho do Porcellino traz sorte e garante que o visitante retorne à cidade. Também é costume colocar uma moeda na boca do javali e deixá-la cair por uma grade logo abaixo. Se a moeda cair direto, o sinal é de sorte dobrada. Seguimos o ritual, como tantos outros visitantes ao longo dos séculos, e registramos esse momento simbólico.



No período da tarde, fizemos um bate-volta até Pisa, cidade que também encanta com sua arquitetura e, claro, sua icônica torre inclinada. A experiência foi rápida, porém marcante, e será melhor detalhada no nosso artigo dedicado a essa visita, que você pode acompanhar acessando este link.
24 de dezembro – Arte e paisagem
No terceiro dia, visitamos a Galleria dell’Accademia, um dos museus mais visitados da Itália. O grande destaque, como esperado, foi a escultura Davi, de Michelangelo. A perfeição da obra, seus detalhes anatômicos e a dimensão imponente impressionam mesmo quem já conhece a imagem de outras formas. É o tipo de arte que transmite emoção apenas com a presença.
Além do Davi, o museu possui uma coleção relevante de esculturas e pinturas do Renascimento, além de instrumentos musicais históricos. Vale reservar algumas horas para apreciar tudo com calma.






À tarde, decidimos encerrar nossa passagem por Florença com uma vista panorâmica. Subimos até a Piazzale Michelangelo, que oferece uma das mais belas paisagens da cidade. O percurso até lá envolve uma subida um pouco exigente, mas nada que um ritmo tranquilo não resolva. Chegamos bem na hora do pôr do sol e fomos recompensados com uma vista dourada sobre os telhados de Florença, com a cúpula do Duomo ao fundo e o rio Arno refletindo a luz do fim do dia. Um momento de silêncio e contemplação, encerrando o dia com uma sensação de plenitude.




Ceia de Natal no Hard Rock
Na noite do dia 24, após um breve descanso no hotel, nos preparamos para a ceia de Natal. Havíamos feito uma reserva antecipada no Hard Rock Café Florença, que ofereceu um ambiente animado, boa música e um cardápio generoso. A refeição incluiu hambúrgueres, costelas, batatas, sobremesas e bons drinks. O local estava movimentado, com visitantes de várias partes do mundo, todos celebrando a data de maneira descontraída.





Foi um Natal diferente do tradicional, mas especial por isso mesmo. Estávamos longe de casa, mas cercados por uma cidade histórica e viva, celebrando a data de um jeito moderno e acolhedor.
Conclusão
Nossos dias em Florença foram intensos, cheios de descobertas e experiências memoráveis. A cidade é um museu a céu aberto, onde cada rua conta uma história. E vivenciar tudo isso em clima natalino foi ainda mais especial.
No dia 25 de dezembro, com as malas prontas e já com um certo aperto no peito, partimos de Florença rumo ao próximo destino. Saímos do hotel em direção à estação ferroviária — que, felizmente (ou ironicamente), ficava logo em frente. Seguimos viagem com lembranças vívidas e já com saudades, prontos para descobrir o que nos aguardava em Veneza.
Se estiver planejando uma viagem à Itália, considere passar por Florença — especialmente em dezembro. A cidade sabe como acolher quem chega, e deixa saudades em quem parte.